INFORMAÇÕES

A freguesia de Fráguas está situada no extremo ocidental do concelho de Vila Nova de Paiva, no limite com o concelho vizinho de Viseu. São muitos os vestígios arqueológicos na área da freguesia, que nos conduzem à conclusão de que o povoamento de Fráguas remonta a épocas pré-históricas. Corga dos Moços é um sítio arqueológico composto por três antas do período Neo-Calcolítico. Nenhum deles se encontra intacto, mas apesar disso, é possível vislumbrar ainda os tumulus de planta circular e alguns dos esteios que suportavam a cobertura. O sítio arqueológico de Orca de Vale de Carris é composto por dois dólmens do período Neolítico. Mendes Correia faz referência a outros dois tumuli a dois ou três quilómetros deste conjunto. Em Alcaria, terá existido um núcleo de povoamento, cujo início deverá remontar à época romana. Aí apareceu alguma escória de fundição e materiais de construção. Um outro núcleo de povoamento, o da Barra, parece respeitar a mesma cronologia. Aí foram identificados escassos vestígios de escória de ferro e pequenos fragmentos cerâmicos muito rolados. Seria o povoado correspondente às sepulturas da Cama da Moura, uma necrópole descoberta bem perto. Trata-se de um cemitério rupestre, no qual se conservam algumas sepulturas, material de construção e escória de fundição. De resto, alguns autores consideram mesmo que Fráguas foi um centro de fundição de relativa importância. O povoado de Muradais, por seu turno, terá sido habitado durante a Idade Média. Através de estudos arqueológicos, foram encontrados restos habitacionais de uma antiga povoação de raiz medieval. Aliás, essa povoação é mencionada no «Cadastro da População do Reino», ordenado por D. João III. As primeiras referências escritas a Fráguas datam da primeira metade do século XII. Num documento de 1128, o local é identificado como Frávegas ou Couto de Fávregas. Com efeito, nesse mesmo ano D. Teresa concedeu Carta de Couto à povoação de Fráguas, com os respectivos privilégios a nível de isenção do poder real. Em 16 de Julho de 1514, recebeu foral de D. Manuel I, passando aí a ser uma vila e a ter autonomia administrativa. As «Memórias Paroquiais» de 1758 referem que o município tinha juiz ordinário e Câmara, sujeitos à Comarca de Lamego, e que era composto por mais de oitenta fogos. O concelho de Fráguas viria a ser extinto em 1895 e restaurado três anos depois, mas agora com um novo nome que haveria de perdurar: Vila Nova de Paiva. O Pelourinho de Fráguas representa essa autonomia municipal de outrora. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 11 de Outubro de 1933. Trata-se de um pelourinho de bloco prismático, com soco quadrangular de três degraus, onde assenta um fuste quadrangular de arestas chanfradas, formando um octógono. A Igreja Paroquial é consagrada a S. Pelágio. Foi construída no século XVIII, no mesmo local onde existia uma outra do século XIV. Salientam-se, no interior, os 56 caixotões da cobertura, pintados com motivos hagiográficos.

in "Retratos e Recantos"